Na consequência
deste texto no
Limite, despertou-me a necessidade para que se aprofundasse a questão ambiental que se associa e que é em parte consequência da política invasora do sr. Bush e restantes compinchas. Trata-se da questão do desenvolvimento sustentável, que ultimamente está um pouco descolorada face a outros acontecimentos a nível mundial.
Para já, o senhor Bush ficará de parte, visto que só se lhe pode atribuir ignorância perante a não ratificação do Protocolo de Quioto. Portanto, se não respeita os níveis de emissões de gases com efeitos de estufa nunca será também um agente de relevo no progresso humanitário rumo a um desenvolvimento sustentável da comunidade mundial.
Em 1992 a CQNUAC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), decorreu na cimeira da terra no Rio de Janeiro. A convenção foi ratificada em 1994 pela Comissão Europeia, e tinha o objectivo de se estabilizarem as emissões dos gases com efeito de estufa, tendo em consideração que estes teriam uma grave interferência antropogénica ao nível das alterações climáticas. Assumiu-se o objectivo de repor até 2000 os níveis existentes em 1990.
A CQNUAC introduziu o sentido de responsabilidade comum e diferenciada, relativamente às alterações climáticas. Embora todos os países tivessem responsabilidade e deveres a cumprir quanto à redução das emissões, havia uma clara incidência de causa sobre um grupo de países com determinados modelos de desenvolvimento, onde se incluíam obviamente os EUA.
O Protocolo de Quioto, adoptado em Dezembro de 1997 pelos países que participaram na
Conferência das Partes da CQNUAC, veio acrescentar maior exigência nos compromissos estabelecidos na anterior convenção. O protocolo foi ratificado pelos países membros das Nações Unidas, com excepção dos EUA, em Maio de 2002. É vinculada assim a redução de emissões de gases com efeito de estufa, fixando um compromisso entre os países desenvolvidos, esperando-se que o impacto destas medidas se fizesse sentir a nível global. Estabeleceu-se um equilíbrio entre os vários países, concluindo-se que uns teriam que reduzir os seus níveis de emissões enquanto outros poderiam ainda aumentar esses níveis. Portugal por exemplo, comprometeu-se a um aumento de 27% nas emissões entre 2008 e 2010 relativamente às emissões de 1990.
Surge em 2005 o comércio de emissões como instrumento de transacção, depois de em 2004 se ter conseguido o acordão, necessário para atingir os 55% das emissões do planeta serem de responsabilidade dos países que ratificaram no seu conjunto.
As florestas foram reconhecidas como sumidouros e reservatórios de Carbono, constituindo um importante ponto de debate no ciclo global de Carbono e nos impactes das alterações climáticas. No entanto, por serem muito escassos os dados sobre o papel das florestas relativamente ao seu contributo no ciclo do Carbono, a União Europeia decidiu não contabilizar a florestação como atenuante aos níveis das emissões, aumentando assim o rigor sobre as reduções. Os EUA não poderiam deixar de discordar com esta decisão consciente por parte da União; é que se pudessem florestar o território geograficamente vasto que delimita as fronteiras Norte-Americanas, até teriam talvez ratificado o protocolo visto não serem depois obrigados a um esforço activo e a uma redução líquida das emissões, por estarem salvaguardados pela enorme área de sumidouros de Carbono. Eles são muito espertos mas curtos de inteligência.
Relativamente ao Desenvolvimento Sustentável:
"A exploração da biosfera pelo Homem ameaça hoje a sua própria existência e delicado equilíbrio. Ao longo das últimas décadas, as pressões sobre o ambiente global tornaram-se auto-evidentes, fazendo erguer uma voz comum pelo desenvolvimento sustentável… nós temos que aprender a cuidar das necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de em qualquer parte satisfazerem as suas próprias necessidades.
A consciência está aí. O que falta é uma estratégia compreensível para construir um futuro sustentável equitativo para todos os seres humanos, como foi sublinhado pela Conferência do Rio em 1992. Essa estratégia requer um novo enquadramento mental e novos conjuntos de valores.
A educação é essencial à promoção de tais valores e para aumentar as capacidades das pessoas de enfrentar as questões ambientais e de desenvolvimento. A educação a todos os níveis, especialmente a educação universitária para a formação de decisores e professores, deve ser orientada para o desenvolvimento sustentável e forjar atitudes, padrões de capacidade e comportamento ambientalmente conscientes, tal como um sentido de responsabilidade ética. A educação tem que se tornar educação ambiental no sentido mais lato do termo."
Este texto retirado da página de uma organização que impulsiona a consciência educacional para um desenvolvimento sustentável, abre caminho para várias questões de ordem ambiental, energética, económico-social, cultural, etc.. Para além da protecção e salvação do planeta partindo do controle da destruição do escudo protector (camada de ozono) da estrela vizinha, há que posteriormente saber cuidar do que é nosso, de todos, e não de quem se considera líder planetário sem sequer ter lucidez para proteger a sua maior fonte de fortuna, o planeta. A educação ambiental será no futuro uma arma de preservação da vida. Esta é a evolução resultante da má conduta das civilizações modernas. Já que existem soluções de ‘cura’ apliquem-se pelo princípio e dê-se continuidade ao tratamento, permitindo a inversão da destruição da casa de todos nós.
Voltando ao sr. Bush, analisando os seus ideais de 'fazer render' o petróleo ignorando as medidas tomadas pelo resto do mundo, comprova-se a sua falta de ética. A sua política deixa medidas e soluções urgentes na gaveta para explorar cegamente um recurso energético não renovável e cuja utilização vai contra as correntes actuais do pensamento científico. Como se não bastasse, os seus compinchas alinham nos seus planos, talvez por cobardia talvez por interesses milionários...É certo que são todos parte da mesma corja de abutres. Escondem das massas as soluções mais pródigas, levando as suas políticas económicas doentias avante. Quando caírem o embate vai demorar, mas vai ser forte!
Nos próximos dias farei a análise das políticas energéticas a nível global tal como tentarei relatar a posição de Portugal relativamente ao cumprimento do Protocolo de Quioto.