quinta-feira, julho 28, 2005

Haja Lucidez

Luís Fazenda manifestou uma posição lúcida relativamente ao manifesto dos 13. Salientou a importância do investimento prioritário nas áreas da energia, qualificação e conhecimento, tal como a necessidade de se ultrapassar "o ciclo do betão". Não menosprezou a necessidade de algumas obras públicas na área dos transportes e logística.

Relativamente à necessidade de cumprirmos com as directivas europeias em matéria de transportes e acrescento comunicações, estou de acordo, mas não com projectos que ao se concretizarem colocam a carroça à frente dos bois.
Basta analisarmos a fraca actividade dos nossos portos marítimos, que são a mais importante infraestrutura logística no que diz respeito à participação do país no comércio internacional. O comboio de alta velocidade poderá encaixar-se como complemento terrestre de apoio à distribuição interior da Europa passando por Madrid. Mas só assim vejo algum sentido na realização da obra.
Quanto à OTA, não será a solução mais rentável para uma necessidade aparentemente inevitável. A remodulação da Portela ou utilização do aeródromo das OGMA em Alverca como suporte às incapacidades do aeroporto de Lisboa, parece-me uma solução promotora do desenvolvimento da zona suburbana e de um consequente progresso económico. Evitaria investimentos não suportáveis pela actual situação das contas públicas, que só trariam um maior retrocesso do nível de vida da população por consequência do aumento da despesa.

2 Comments:

Blogger Diogo said...

A 12 de Fevereiro de 2005 António José Seguro lembrou as responsabilidades de Sócrates na realização do Euro-2004: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates, futuro primeiro-ministro de Portugal", acentuou.

Na economia é que o impacto não foi tão bom como o esperado. Nas previsões apresentadas à evolução da economia portuguesa, o Banco de Portugal afirmou que o impacto do Euro2004 poderá «afectar negativamente as taxas de variação» da economia portuguesa em 2005. Os efeitos positivos do Euro foram apenas temporários.

E o dinheiro investido neste espectáculo de grande escala também não teve grande retorno. Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas». Dos recintos do Euro2004, só os dos «três grandes» tiveram sucesso comercial.

Numa auditoria desenvolvida pelo Tribunal de Contas junto dos estádios de Guimarães, Braga, Leiria, Coimbra, Aveiro, Loulé e Faro, ficou claro que todos custaram mais do que o orçamentado, e que as autarquias se endividaram para os próximos 20 anos. As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos, refere o relatório de auditoria do Tribunal de Contas.

Se dez estádios, estruturantes, que custaram 800 milhões de Euros, valeram ao ministro-adjunto Sócrates a Grã-Cruz da Ordem do Infante, que tipo de galardão deveria ser aplicado ao primeiro-ministro Sócrates, pelo investimento de 17 mil milhões de euros, em obras tão ou mais estruturantes que as primeiras?

10:11 da tarde  
Blogger xipsocial said...

Caro Sofocleto, esta sua análise iá passar a post aqui, e no Editorial, desde já a minha vénia.

11:13 da tarde  

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