quarta-feira, maio 25, 2005

Erosão

Mais uma vez se começa a sentir o efeito erosivo de mais um governo. Com o congelamento dos salários da função pública e o aumento da idade da reforma para os 65 anos, deparamo-nos mais uma vez com o sacrifício da classe trabalhadora como solução para o défice económico que atravessa a nossa bonita nação. Embora este facto seja um verdadeiro incómodo para algumas almas que fervem em pouca água, a maioria dos portugueses continua a votar nos partidos que devastam o nível de vida dessa mesma maioria.
O P.M. debate-se hoje na assembleia pela segunda vez desde o início do mandato, mas desta vez numa desconfortável cena económica anunciada pelos 7% do défice das contas públicas. Não temos que temer nada senão o pior, é o que nos diz a experiência das últimas décadas. O aumento dos impostos é claramente a primeira grande mentira, surge ao fim de dois meses, se o ritmo se mantiver temos ainda muitas para constatar. Quem conduz um Mercedes há-de passar a andar de Porche, e quem anda de Renault não terá alternativa senão andar a pé, esta é a previsão mais realista que se pode conseguir para o resultado de mais 4 anos de governação duvidosa, corrupta e promotora da desigualdade.
Mas mesmo assim a alegria dos Portugueses não é abalada, o Benfica é campeão e a Quinta das celebridades enche os serões dos nossos lares distraíndo o cidadão, preservando assim a estabilidade individual e evitando a proliferação de conspirações acerca da falta de jeito para a governação e excesso de habilidade para roubar o pobre.
É caso para se dizer que o país está por um fio e o chão desaparece debaixo dos nossos pés.

Erosão